Cofundador da Conquer Business School, Josef Rubin destaca três comportamentos de líderes excepcionais
Qual o papel do líder? A resposta pode parecer óbvia: liderar. Mas será que é “só” isso?! Um dos maiores estudos sobre liderança já realizados é o Google Oxygen. O estudo, que contou com um investimento de US$20 milhões, realizou uma profunda pesquisa utilizando big data para responder: líderes realmente importam? Entre as principais constatações do estudo, duas das principais conclusões foram:
Existem boas práticas e comportamentos, que se feitos de forma consistente aumentam o engajamento de uma equipe;
Estatisticamente, engajamento tem relação direta com os resultados de uma equipe.
O nome Google Oxygen é uma analogia ao oxigênio: "Trabalhar com maus líderes é como se sentir sufocado. Enquanto, trabalhar com bons líderes é como ter oxigênio".
Refletindo sobre as melhores práticas de liderança que vi ao longo da minha carreira e nos meus estudos em Harvard, listei três dos comportamentos mais importantes em líderes excepcionais:
#1. Não seja o Líder Herói
A primeira regra (e talvez a mais difícil) é não cair na armadilha do líder herói! Líder herói é aquele que sempre tem todas as respostas, tudo depende dele. Possui comportamentos centralizadores, não confia na equipe e não tem tempo para desenvolver os colaboradores. Normalmente, líderes heróis sentem dificuldade para sair de férias.
Outro ponto essencial é permanecer humilde. Segundo o psiquiatra Jonathan Davidson, a presunção pode se tornar doença: a Síndrome de Hubris. Um estudo dirigido pelos especialistas aponta que líderes com grande ego são mais suscetíveis a serem manipulados, possuírem conflitos de interesse em tomadas de decisão, além de visão míope.
#2. Crie cultura de forma intencional
Zeca Pagodinho que me perdoe, mas quando se trata de liderança não sou fã do “deixa a vida me levar”. Defendo que cultura é a forma como realizamos nosso trabalho e nos comportamos, definidas de forma intencional em prol da companhia e de uma performance sustentável para a organização.
Atos precisam ser pensados. Crie a cultura dos porquês: Peter Drucker cita que a causa raiz de 60% dos problemas em companhias é a comunicação. O bom líder cria conexão e engajamento através dos porquês.
Vale lembrar que uma cultura bem trabalhada é sinônimo de melhor desempenho. Segundo estudo realizado pela Deloitte sobre o impacto da cultura organizacional, companhias que trabalham fortemente nesse aspecto, possuem maior aumento de receita (682%) e lucro líquido (756%). Por isso, investir tempo de qualidade em rituais de gestão pode ser a melhor ferramenta de engajamento e produtividade.
#3 - Todo líder tem o time que merece ou tolera
Por mais inconvenientes que sejam, conversas difíceis existem. Contudo, tais trocas permitem que o time atue de forma coesa aos princípios, valores e expectativas dos seus mentores. É dever do líder dar o exemplo, para se necessário (apesar de nunca ser o desejado) ter argumentos em uma situação de desalinhamentos.
Também tenha em mente que ninguém mantém alta performance ou desenvolve habilidades em um ambiente de insegurança psicológica. Segundo publicações do The Energy Project e Harvard Business Review, colaboradores que se sentem respeitados por seus líderes são: 55% mais engajados, 58% mais focados, 63% mais satisfeitos com seu trabalho e 110% mais propensos a permanecer na organização.
Fica aqui a reflexão final: você tem merecido ou tolerado seu time?
Josef Rubin Colunista Josef é cofundador da Conquer, a escola de negócios que está transformando a educação no Brasil. Possui mais de 15 anos de experiência, com atuação em multinacionais como Kraft Foods, Falconi Consultoria e Grupo Boticário. É membro do YPO.
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