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Na linha de frente: liderando em tempos de grandes mudanças

Como as transformações no cenário sociocultural afetam os líderes de empresas e a importância de promover a igualdade de gênero no ambiente corporativo



Durante o ano de 2020, no auge da pandemia de Covid, as mulheres seniores eram 50% mais propensas a frearem as suas carreiras ou deixar o trabalho em relação aos homens. O dado é do relatório Women in the Workplace 2020. Como forma de responder a esse cenário, cerca de metade das organizações com lideranças femininas realizaram ações de empoderamento para suas funcionárias, sugerindo licenças-maternidade mais longas e implantando canais de denúncia de assédio moral e sexual, entre outras ações, conforme mostra o estudo Panorama Mulheres 2023, do Insper.


Edna Vasselo Goldoni, fundadora e presidente do Instituto Vasselo Goldoni e CEO da VG Desenvolvimento Humano, fala sobre ser mulher em um papel de chefia e como abrir espaços nesse sentido. “No congresso ‘Mulheres do Mundo’, reunimos mulheres de quatro continentes para debater os desafios da mulher no cenário contemporâneo”, diz. Elas discutem sobre como essas lideranças enxergam o futuro e qual a importância da liderança feminina durante essas grandes mudanças.


O empoderamento feminino no ambiente corporativo


Em entrevista para o Conselho Regional de Administração de São Paulo, Edna explicou que a liderança feminina é essencial para estabelecermos a igualdade de gênero nos ambientes de trabalho. “Quando falamos de igualdade, estamos falando das mesmas oportunidades, tanto para homens, quanto para mulheres. As competências que formam o perfil da liderança feminina são essenciais durante esse período dinâmico pelo qual o nosso mercado corporativo está passando, influenciado pelo mundo digital e também pelo futuro do trabalho”, afirma Edna.





Ela acrescenta que a construção de um ambiente profissional igualitário gera a possibilidade de melhores resultados, que vão além da questão financeira. Os aspectos para a criação desse ambiente já foram enumerados e estabelecidos pela ONU Mulheres, em uma cartilha intitulada “Princípios de Empoderamento das Mulheres”. Abaixo alguns pontos de destaque:

  1. Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero;

  2. Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e combater a discriminação;

  3. Garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras;

  4. Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional das mulheres;

  5. Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas que empoderem as mulheres;

  6. Promover a igualdade por meio de iniciativas de defesa comunitária.

  7. Mediar e acompanhar os progressos para alcançar a igualdade de gênero.


Estes sete princípios apontam diretrizes e caminhos para líderes e gestores tomarem as ações necessárias, fazendo com que o ambiente de trabalho proporcione equilíbrio entre funcionários homens e mulheres. “É sobre tratar todos de forma justa, com salários e benefícios iguais. É dar oportunidades de promoção tanto para homens quanto para mulheres” reforça Edna. “Outro princípio importante é estabelecer uma liderança sensível e comprometida com a igualdade de gênero. Se não tivermos nossos líderes com essa temática em pauta, é óbvio que não teremos um ambiente propício para mulheres”, enfatiza a Presidente do Instituto Vasselo Goldoni e CEO da VG Desenvolvimento Humano.


Rompendo com vieses inconscientes


Edna aponta ainda que a baixa participação feminina em cargos de liderança também é  resultado de preconceitos e de tendências baseadas em estereótipos, que muitas vezes não fazem parte da consciência das pessoas, pois são ideias construídas e perpetuadas ao longo do tempo.


Ela cita o exemplo da contratação de mulheres grávidas e de como os entrevistadores perguntam às mulheres se elas possuem filhos e se terão tempo para se dedicarem ao trabalho, questão que nunca é colocada para candidatos homens. “Se não rompemos esses vieses inconscientes, não vamos fazer as mudanças necessárias. Iremos continuar tratando dessas feridas que a sociedade vem causando ao longo da existência. É  hora de superarmos essas crenças e gestos inconscientes e quebrar esses estereótipos”, finaliza.

Edna Vasselo falará sobre o tema “Na linha de frente - liderando em tempos de grandes mudanças” no GEduc 2024.


O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento reunirá mais de 80 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir o tema “Educação por essência: construindo trajetórias”. Serão três dias – de 03 a 05/04 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link.




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